27 de outubro de 2011

O beijo gay da revista Trip


Na semana passada, a nova edição da Revista Trip chegou às bancas de uma forma nada convencional e, desde então, vem causando burburinho nas redes sociais. Tudo porque a revista fez uma edição especial sobre diversidade sexual estampando na capa dois surfistas gays se beijando. A atitude corajosa da Trip, com foco no homem heterossexual, caiu no Facebook e no  Twitter e fez com que as pessoas opinassem tanto a favor quanto contra a ação.

Além da reportagem de capa sobre o universo homossexual dentro do surfe, a Trip traz uma grande entrevista com o diretor e ator Zé Celso falando sobre sexualidade, drogas, liberdade artística e sexual; uma reportagem contundente sobre por que a homossexualidade ainda incomoda tanto; uma matéria sobre a Nostro Mondo, a boate gay mais antiga de São Paulo; além de ensaios sensuais e uma boa pitada de humor.

Lino Bocchini, redator-chefe da revista, comentou a repercussão da capa e declarou que há alguns anos a revista vem trabalhando com edições temáticas e que, nas últimas 20 edições, o foco da revista está voltado para temas mais relevantes, mais contemporâneos e que exerçam influência direta sobre a sociedade. “No começo deste ano, lançamos a ideia de publicar uma edição sobre diversidade sexual com um viés bem contundente. Com relação ao beijo, nas reuniões de pauta, pensamos em algo que representasse a própria revista, e desde a primeira edição sempre tratamos da cultura do surfe”, disse.

Para Bocchini era importante escolher um grupo no qual fosse possível saber da existência de homossexuais, mas que houvesse um certo tabu. “Optamos por uma capa com um beijo sutil, carinhoso, afetivo. Não é possível que alguém se incomode, a menos que essa pessoa tenha problemas com a homossexualidade”, afirma.

Embora a revista esteja há pouco tempo nas bancas, houve uma repercussão considerável nas redes sociais e, por incrível que possa parecer, a maioria dos comentários postados nas redes sociais é positiva. “Há uma pequena parcela de comentários pejorativos – sustentados pela religião e pela intolerância – que não merecem resposta. Mas é importante que existam essas opiniões, para que todos vejam como eles são minoritários e até ridículos”, completa.

Por: Everson Bertucci   //// Tigorodrigues

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