1 de dezembro de 2010

Longa O Céu sobre os Ombros, com história trans, leva cinco prêmios em Festival


Filme mineiro traz história de trans que divide tempo com programas e vida acadêmica

Longa de ficção com espírito de documentário, o mineiro “O céu sobre os Ombros” levou, na noite de terça-feira, 30, cinco prêmios no 43º Festival de Brasília de Cinema Brasileiro. Dirigido por Sérgio Borges, o filme, que conta com a história de uma trans, recebeu os troféus de melhor filme, direção, prêmio especial do júri, roteiro e montagem.

Inovador no formato de filmes (assim como o também brasileiro Flor de Liz), O Céu sobre os Ombros busca retratar o dia-a-dia e histórias dos entrevistados, que interpretam a si mesmos. Uma delas é de Everlyn Barbin, uma transexual que divide a rotina de profissional do sexo com a vida acadêmica. No longa, contrariando o estereótipo da travesti, Erverlyn revista textos, dá aula e cita até mesmo Freud e Foucault quando não está trabalhando com sexo.

As outras histórias giram em torno de um operador de telemarketing que é hare krishna e um escritor de contos pornográficos.

De acordo com Sérgio Borges, embora o roteiro fique nas mãos do cotidiano dos “atores”, a força das histórias dos personagens é suficiente para manter o interesse do público sobre o longa. Ele usa um poema como sinopse (“quero mais nesse instante que é maior que a vida...”) e termina sem grandes desfechos, apostando mesmo na fronteira entre ficção e documentário.

OUTROS PREMIADOS
Nas categorias melhor ator e atriz venceram, respectivamente, Fernando Bezerra (Transeunte) e Melissa Dullius (Os Residentes). Para o júri popular, o filme “Amor?”, de João Jardim, e o curta Braxilla, Dayella Proença, levaram o troféu.

O júri analisou curtas e longas divididos em duas categorias: filmes em 35mm e filmes em digital. Foram eles: a romancista Ana Miranda, o pesquisador de Comunicação e Cinema André Brasil, a roteirista e diretora Anna Muylaert, o produtor e diretor Carlos da Fontoura, a atriz Bidô Galvão, a distribuidora Suzy Capó, a diretora Anna Azevedo, o diretor André Miranda, entre outros.

Por: MixBrasil // TigoRodrigues

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